Se o sinhô não tá lembrado
Dá licença de contar
Ali, onde agora está esse edifício arto
Era uma casa velha e um palacete assobradado
Foi alí, seu moço, que eu, Matogrosso e o Joca
Construímo nossa maloca.
Mas um dia nós nem pode se alembrar
Veio os hômi com as ferramenta
O dono mandou dirrubá.
Peguemo todas nossas coisas
E fomo pro meio da rua aperciar a demolição.
Que tristeza que nós sentia
Cada tauba que caía, doía no coração.
Matogrosso quis gritar, mas de cima eu falei,
Os hômi tá com a razão nós arranja outro lugar.
Só se conformemo quando o Joca falô
Deus dá o frio conforme o cobertor.
E hoje nós pega as paia nas grama do jardim,
E pra esquecer nós cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida
Que de d`onde nós passemo
Dias feliz de nossa vida.
"Adoniran Barbosa"
O BICHO:
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão.
Não era um gato.
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
"Manuel Bandeira"
SAUDOSA MALOCA
11:00 |
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5 poemas:
Linda poesia se planta neste belo espaço...meus parabens...
Terno meu beijo
"...Deus dá o frio conforme o cobertor...", genial!
... O bicho homem, "caçando" pr'a comer!
Demais!...
Sambinha batuta esse!
beijos!
Antes do dia
Antes do sol
Antes da estrela da manhã
Antes da noite terminar
Antes do orvalho se formar
Antes do brilho do céu e do luar
Antes que chegue a madrugada
Antes que cantem as aves nos seus ninhos
Antes do despertar dos seres
Antes mesmo da fundação do mundo
Deus velava por nós
Glória ao Seu nome!
Um abençoado dia amiga querida.
Beijos.
Fica bem. Fica com Deus.
Anita (amor fraternal)
Uma boa semana para ti!
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