Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua
Boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou
Imóvel, sem compreender
Nada, minha alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria
De um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.
(Mario Quintana)
*BILHETE*
Se tu me amas,
Ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
Deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
Enfim, tem de ser bem devagarinho,
Amada, que a vida é breve,
E o amor mais breve ainda.
(Mario Quintana e imagens do google)
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