Jorge morreu na rua.
Muitos curiosos. Um engarrafamento.
A ambulância leva-o para o necrotério.
Durante três dias ficam à espera de um parente,
de um amigo, de um conhecido para identificá-lo.
Ninguém aparece.
Depositam-no na câmara frigorífica.
Que absurdo! Há um frigorífico
para as "pessoas encontradas".
Está lá há quinze dias.
Ninguém comparece.
Numa tarde, levam-no num furgão
para o cemitério,
como um "objeto perdido".
Jorge era um homem
solitário no meio da multidão.
Os homens já o tinham sepultado há muito tempo.
"A Alegria de Viver, de Phil Bosmans, p 9"
*NINGUÉM*
19:18 |
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1 poemas:
Dá para pensar mesmo neste texto, pois temos que valor após a morte?
Temos este valor por aquilo que fizemos, ou obtemos?
Fique com Deus, menina Ana Maria.
Um abraço.
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